segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Teoria da Crise: Trotsky e Ondas longas de Kondratiev

Por Almir Cezar Filho

Uma abordagem marxista sobre crise capitalista encontra-se no tratamento envolvendo os ciclos econômicos, onde as flutuações da dinâmica do sistema se dão de maneira cíclica, numa sucessão de crise e boom, que ocorrem periodicamente. Dentro dessa perspectiva cíclica, cuja raiz encontra-se nas próprias obras de Marx e Engels.

Um aporte sobre ciclos econômico muito importante é a chamada "ondas longas", onde compreende os ciclos como um processo recorrente mas de longo prazo. Essa teoria é chamada de "ondas longas de Kondratiev". Seriam ondas históricas de 40-50 anos, repartidas em duas fases de 20-25 anos cada, uma fase de ascenso econômico, chamada de fase A, onde o capitalismo operaria em boom, e uma fase de descenso. chamada de fase B, onde operaria em crise.

Trotsky falou também sobre a dinâmica de longo prazo colocando termos de variação no ritmo e direção do desenvolvimento em diferentes épocas históricas interligadas entre si sucessivamente compondo um painel contínuo.

Os artigos que Trotsky apresenta sua teoria da "curva do desenvolvimento capitalista" e sua crítica a teoria ondas longas de Kondratiev.

Os textos que expressão esse aspecto de maneira mais clara são os textos "A Situação Mundial" (1921), que antecede a divulgação por Kondratiev dos seus estudos e onde aparece pela primeira vez sua idéia de "curva de desenvolvimento capitalista", "A Curva de Desenvolvimento Capitalista" (1923), contemporâneo a divulgação dos estudos de Kondratiev, "Sobre a questão da tendências no desenvolvimento da economia mundial" (1926), onde responde em uma conferência pública as questões levantadas por uma grande obra de Kondratiev, e "Sobre a questão da estabilização da economia mundial" (1925), onde discute as várias visões sobre crise no capitalismo.

Para ser franco, identifico que os aportes teóricos de Theotônio dos Santos, um autor que nos últimos anos mais divulga e trabalha sob a perspectiva de "ondas longas" na dinâmica de longo prazo, assemelha-se na verdade mais com Trotsky do que com Kondratiev.

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