sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Brasil ainda é o mais desigual do Brics

Brasil foi única queda no grupo dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), mas ainda é o mais desigual, onde os 10% mais ricos ganham 50 vezes mais que os mais pobres. Segundo OCDE só crescimento não reduz desigualdade.

Brasil ainda é o mais desigual do Brics 
Monitor Mercantil, 05/12/2011

O Brasil foi o único membro do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) a reduzir o abismo entre ricos e pobres em 15 anos. A constatação é de estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Apesar da redução, o relatório destaca que a desigualdade no Brasil continua a maior entre o Brics. O estudo, de quase 400 páginas, analisa a desigualdade no mundo. E destaca que cresceu o abismo também nos países ricos, para o nível mais alto dos últimos 30 anos. Em média, os 10% mais abastados nesses países ganham nove vezes mais que os 10% mais pobres. 


No Brasil, os 20% mais pobres viram sua renda crescer, em média 6,6% ao ano na década de 2000, três vezes mais que o crescimento dos 20% mais ricos, de 1,8% ao ano. É uma aceleração de processo iniciado nos anos 1990, afirmou o relatório. Os números, porém, comparam só os rendimentos dos salários, sem capturar os ganhos financeiros - aluguéis, ações e juros. Pelos dados da OCDE, no Brasil, os 10% mais ricos ganham 50 vezes mais do que os 10% mais pobres, um dos maiores abismos do mundo, diz o relatório. 

Os números no Brasil são os piores entre os emergentes como Chile, México e Turquia. No Chile e no México, a diferença é de 25 vezes, mas, segundo a OCDE, está caindo. Na Turquia, é de 14 vezes - a mesma que nos Estados Unidos e em Israel. Nos países ricos, a maior diferença é nos EUA (14 vezes). Em Itália, Japão, Coréia do Sul e Grã-Bretanha o abismo é de dez vezes, e na Alemanha, Dinamarca e Suécia, de seis. 

Para a OCDE, a desigualdade nos países ricos se deve ao abismo entre os salários dos trabalhadores qualificados e os dos não qualificados. Junto com cortes de benefícios sociais. "O estudo contraria o pressuposto de que os benefícios do crescimento econômico alcançarão automaticamente aqueles em desvantagem", disse o secretário-geral da OCDE, Angel Gurría.

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