quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

(Brasil) Vítima de juros e câmbio, indústria caí

A economia do Brasil pisou no freio no terceiro trimestre deste ano. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todas as riquezas produzidas no País, ficou em 0% em relação aos três meses anteriores.Em relação a outubro de 2010, o tombo ficou em 2,2%. No acumulado em 2011, até setembro, o PIB apresentou uma expansão de 3,2%, abaixo da meta do Governo que para o ano era inicialmente 4%. Em valores correntes o resultado do PIB alcançou R$1,05 trilhão. Um cenário totalmente previsível.Vítima de juros altos e câmbio forte, atividade industrial brasileira cresce apenas 0,7% no ano. Em relação ao segundo trimestre, o terceiro somente o setor agropecuário apresentou avanço de 3,2%. A indústria e o setor de serviços tiveram variações negativas de -0,9% e -0,3%, respectivamente.

Curiosamente, até meados do ano existia uma avalanche de críticas ao Governo e ao BC por não ter subido os juros em função da alta da inflação. A maioria dos economistas-chefes dos bancos, analistas financeiros e economistas burgueses amigos da grande mídia diziam que a política econômica estava sendo "irresponsável" com a inflação. Agora estes mesmos economistas passam criticar a política contracionista do Governo.

Indústria já caiu 2,6% desde agosto
Monitor Mercantil, 02/12/2011

Em outubro, a produção industrial no país voltou a recuar em relação ao mês anterior: 0,6% sobre setembro. Foi o terceiro resultado negativo nesse tipo de comparação, acumulando perda de 2,6% de agosto a outubro. Em relação a outubro de 2010, o tombo ficou em 2,2%. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No acumulado do ano, a produção industrial cresceu só 0,7% e, nos últimos 12 meses encerrados em outubro, 1,3%. 

A queda no ritmo da produção industrial de setembro para outubro atingiu 20 das 27 atividades acompanhadas pelo IBGE. Entre os setores no vermelho, o de alimentos desabou 5%, ante crescimento de 3,1% em setembro. 

Outras fortes influências negativas vieram dos setores de edição e impressão (6,7%), máquinas e equipamentos (3,1%), material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (5%), fumo (12%) e metalurgia básica (1%). 

Já os principais impactos positivos no período partiram dos setores de veículos automotores (1,3%) - que voltou a registrar aumento na produção após desabar 12,6% em setembro -; de refino de petróleo e produção de álcool (1,5%); celulose e papel (2,3%) e farmacêutico (1,6%). 

A queda de 2,2% na produção industrial sobre outubro de 2010 foi a segunda taxa negativa consecutiva na comparação anual e a menor marca desde outubro de 2009 (-3,1%). 

Nessa base de comparação, foram atingidas todas categorias de uso e 17 das 27 atividades investigadas. Entre as maiores quedas, as dos setores de veículos automotores (6,1%), de máquinas e equipamentos (5,4%), têxtil (16%), de edição e impressão (7,8%), e de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-7,2%). 

No acumulado do ano, o tímido avanço de 0,7% foi puxado pela alta em 15 dos 27 setores pesquisados, com destaque para veículos automotores (3,2%)

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Estagnação do PIB reflete política contracionista do governo, diz Perfeito
www.ig.com.br


estagnação do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no terceiro trimestre não pode ser considerada uma surpresa para o mercado.
O esfriamento da economia já era esperado por investidores, analistas e economistas.
Segundo André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos, o PIB estagnado reflete dois fatores importantes: a política contracionista do governo e a crise internacional.
“É importante lembrar que o governo – Banco Central e Planalto – vem conduzindo uma política contracionista desde o início do ano, com alta de juros e aperto fiscal”, diz.
O economista ressalta que, no terceiro trimestre, a queda do consumo do governo foi de 0,7%. “Valor bastante elevado”, afirma.
“Logo, não era de se esperar outra coisa que não a queda do PIB agora.”
Segundo Perfeito, a crise na zona do euro – agravada no terceiro trimestre – impactou fortemente os investimentos.

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