quinta-feira, 31 de maio de 2012

Livro reflete sobre o capitalismo e saúda movimento 'Occupy'


Reflexão sobre o capitalismo em forma de texto saúda movimento
Leonardo Vieira | O Fluminense |  29/05/2012

Em 'Occupy', seis brasileiros estão entre os 11 pensadores de importante obra que reune textos curtos e discursos de teóricos de esquerda. Livro incentiva 'chama' do protesto

A História realmente terminou após a queda do Muro de Berlim, como sacramentou o teórico liberal americano Francis Fukuyama? Ou ainda vivemos períodos de transformações sociais e revoltas que derrubam governos e colocam novas ideias na ordem do dia?

Para os autores do livro 'Occupy', lançado este ano pela editora Boitempo, os acontecimentos políticos de 2011 provam que o capitalismo vitorioso da Guerra Fria não garantiu um sistema estável e igualitário a todos. Daí que teriam surgido os protestos que dominaram as principais ruas do mundo.

Reunindo textos curtos e discursos de 11 teóricos de esquerda, Occupy busca refletir sobre o que teria gerado as instabilidades que começaram com a Primavera Árabe, e logo se espalharam pela Europa, Rússia e Estados Unidos. Entre os nomes do índice, figuram acadêmicos de peso como Immanuel Wallerstein, Slavoj Žižek, Emir Sader e Edson Telles.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Argentina impõe restrições à compra do dólar para evitar evasão de divisas


Agora, o argentino que quiser adquirir moeda estrangeira para viajar terá que pedir autorização à Receita Federal do país. Medida prevê risco de prisão para quem infringir.

Argentina impõe restrições à compra do dólar para evitar evasão de divisas
Agência Brasil | 29/05/2012

O governo argentino reforçou na segunda-feira os mecanismos de controle de câmbio, que vinha implementando desde novembro do ano passado, para evitar a fuga de divisas estrangeiras no país.

A partir desta terça-feira, o argentino que quiser comprar dólares, euros, reais ou qualquer outra moeda, para viajar ao exterior, terá que pedir autorização à Receita Federal da Argentina, conhecida como Afip.

Para isso, ele deverá informar o destino, a data da viagem e o motivo. Caso contrário, a única opção será comprar divisas no mercado paralelo – o chamado “dólar blue” – pagando 32% a mais e correndo o risco de ir preso.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Depois da queda dos juros, agora é preciso controle de capitais. Se não é crise nas contas externas

Apesar da remessas de lucros e dividendos ao exterior ter caído 43,9% de janeiro a abril, com os juros reais brasileiros, pelo menos na sua taxa básica, marchando para níveis menos atrativos para os especuladores e a crise mundial caminhando para novo patamar, a ser deflagrado pelo efeito dominó que se seguirá à moratória grega, a fuga de capitais daqui vai se acirrar, portanto o governo terá que questionar outro tabu da ortodoxia macroeconômica brasileria: o controle de capitais.

O déficit nas contas externas é o maior já registrado pelo BC para meses de abril. A conta de transações correntes, que registra as compras e vendas de mercadorias e serviços, registrou déficit de US$ 5,403 bilhões, em abril, informou hoje o Banco Central. É o maior resultado para o mês já registrado pelo BC.Déficit na conta financeira chega a US$ 5 bi. Reservas dão cobertura para investidor. Numa sinalização do que pode representar o agravamento da crise européia, as saídas de dólares superaram as entradas, em maio até dia 18, segundo o Banco Central (BC). Com isso, o saldo negativo do período atingiu US$ 1,511 bilhão, que de certa maneira se configura como uma possível fuga de capitais, impactando inclusive com a recente alta do dólar.
 
A deterioração da crise mundial, com sua consequente fuga de capitais, ocorre num momento em que o próprio Banco Central (BC) já projeta um rombo de US$ 70 bilhões nas contas externas nacionais, com previsão de serem cobertos por capitais especulativos, em processo de acelerado processo de volta para suas matrizes, tanto por movimentos defensivos, quanto, centralmente, para cobrir rombos de investidores e empresas em seus países de origem. Nesse quadro, o governo vai ter de se preparar para, antes que as reservas virem pó, controlar o movimento de capitais, centralmente especulativos, sob risco de ver-se diante de uma crise cambial de imprevisíveis consequências políticas, econômicas e sociais.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Itaboraí, cidade em mudanças pelo Comperj. Nem todas boas para os trabalhadores.

por Almir Cezar*

Itaboraí, a  cidade-sede do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), prepara-se a dar um salto econômico e social. Contudo, nem tudo são flores, muito pelo contrário. Há e haverá muito impacto negativo, desde alta nos preços dos imóveis e aluguéis, ampliação da criminalidade urbana e da precariedade do trabalho. Antes mesmo do início do funcionamento do Comperj.

O Comperj mudará o panorama não só de Itaboraí, mas de toda a região Leste Fluminense, que agrega os municípios de Niterói, São Gonçalo, Maricá, e outros até a região dos Lagos. Situado em uma área de 45 quilômetros quadrados do município, o empreendimento é o maior investimento da história da Petrobras e o maior na área industrial em andamento no país.

A cidade está na 66ª posição no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), entre os 92 municípios fluminenses, e possui um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 1,7 bilhão e, por conta do Comperj e das indústrias que irão se instalar na região, a previsão é que o PIB se eleve 10 vezes, levando Itaboraí para o segundo lugar no Estado, atrás apenas da capital. Para os próximos 10 anos, a expectativa do município é que a população saia de 218 mil, segundo dados levantados pelo último censo do IBGE, para 1 milhão de habitantes.

Contudo, nem tudo são flores para a cidade com o advento do Comperj, muito pelo contrário. Há e haverá muito impacto negativo. Antes mesmo do início do funcionamento do Comperj, a cidade passa por sérios problemas, desde alta nos preços dos imóveis e aluguéis, ampliação da criminalidade urbana e precariedade do trabalho. Resultantes inclusive,do impacto da suas obras, agravado pelo péssimo tratamento dado pelas empreiteiras aos operários, cujo sindicato e CUT os abandona sistematicamente, e a Petrobras ignora. Recentemente, o canteiro das duas refinárias e central petroquímica passou por intensas e radicalizadas greves.

domingo, 27 de maio de 2012

Direitos Autorais na internet

Professor da Universidade Federal do ABC-SP, o Sociólogo Sérgio Amadeu discute a questão dos Direitos Autorais e Propriedade na Internet.



sexta-feira, 25 de maio de 2012

Brasil mais perto da recessão: Indústria em queda do emprego e da produção em abril. Mantega já admite que país não crescerá 4,5%

Indústria constata queda do emprego e da produção em abril.Queda do emprego pelo sétimo mês consecutivo e nova queda da produção são os principais resultados da Sondagem Industrial de abril, divulgada hoje pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O ministro da Fazenda, Guido Mantega,já admite que país não crescerá 4,5% pela primeira vez, que o Produto Interno Bruto (PIB), do país, crescerá menos do que previstos pelo governo. Em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, o ministro apresentou dados projetando crescimento de 4%, número considerando ainda muito otimista diante dos pífios números do primeiro trimestre. Por outro lado, o Banco Central aponta Brasil mais perto da recessão, diante dos números do primeiro trimestre: a atividade econômica do período, ante igual período do ano passado, deve ter recuado 0,23%. Em 12 meses até março, porém, cresceria 1,57% e 0,15% sobre o último trimestre de 2011.

Indústria constata queda do emprego e da produção em abril 
Agência Brasil

Queda do emprego pelo sétimo mês consecutivo e nova queda da produção são os principais resultados da Sondagem Industrial de abril, divulgada hoje pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O resultado levou a entidade a concluir que, "passado o efeito da sazonalidade positiva em março, que elevou a produção industrial, os resultados mostram que não houve mudança no cenário de dificuldades apresentado pela indústria".
Em abril, o índice da produção industrial registrou 45,3 pontos. E, exceto março, desde agosto de 2011, o índice situa-se abaixo dos 50 pontos. Também houve recuo no indicador do número de empregados, com 48,9 pontos, 0,6 ponto menor do que no mês anterior.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Agonia grega

Marcos Oliveira e Sergio Souto | 21/05/2012

Os líderes europeus que se uniram para chantagear os gregos, ameaçando o país com o fim do mundo caso não votem nos partidos defensores da "austeridade até a morte", omitem o fato de que a Grécia é o único país da região em tempo de paz a amargar cinco anos consecutivos de recessão.

Nesse quadro de depressão econômica, os salários já perderam 45% do poder de compra, o desemprego saltou de 8% para 21%, chegando a 48% entre os jovens, e as aposentadorias sofreram uma tunga nominal de 20%.

Além disso, a promessa de que as medidas recessivas resultariam em queda da dívida pública não se sustentou. Ao contrário, a proporção dívida/PIB aumentou de 120% do PIB, em 2010, para 160% do PIB, em 2011. Se isso não é o caos...

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Ipea: juro pode cair sem elevar inflação


Ipea: juro pode cair sem elevar inflação
Monitor Mercantil, 17/05/2012

IPCA MENOR REAFIRMA QUE TAXAS TÊM DE CONTINUAR A CAIR PARA PADRÃO GLOBAL

Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado nesta quinta-feira indica que o Banco Central pode, sim, continuar a baixar os juros sem elevar a inflação em situações como a que o país enfrenta. A avaliação está no Comunicado 148 - Efeitos Assimétricos da Política Monetária sobre Inflação e Crescimento no Brasil: Diferenças conforme a Fase do Ciclo Econômico e a Direção e Magnitude de Choques nos Juros. 

"Existe uma distorção na economia brasileira, que são as taxas de juros - uma das maiores do mundo. Mas, em algum momento, temos de baixar as taxas para níveis compatíveis com os de outros países. A fase atual deve ser aproveitada para baixar os juros, sem acelerar a inflação", destacou o coordenador de Economia Monetária e Câmbio do Ipea, Thiago Martinez. 

De janeiro a abril, a taxa básica de juros (Selic) foi reduzida de 10,5% ao ano para 9% ao ano. E deve cair mais até na avaliação dos analistas do mercado financeiro, podendo chegar a 8,5% na próxima reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (BC) marcada para os dias 29 e 30. 

Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,64% em abril, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mas no acumulado no ano está em 1,87%, abaixo dos 3,23%, de igual período do ano passado. 

Isso reforça a tese de Martinez sobre as reduções da Selic pelo BC. Para ele, foram mudanças que surpreenderam, inclusive, muitos analistas por não ter havido aceleração da inflação, o que é coerente com o estudo do instituto. 

No entanto, o relatório Focus, do BC, indica continuar forte o lobby do mercado financeiro para conter a queda dos juros. Dentro dessa estratégica, projetam alta da inflação pelo IPCA, para 5,22% contra 5,12% previstos anteriormente. 

Indignados da Rio+20.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Um Maracanã vale 1,3 mil escolas?


Um Maracanã vale 1,3 mil escolas?
por André Barcinski

Resolvi fazer uma comparação entre os custos previstos para a Copa e outros gastos, só para dar a dimensão real da coisa. Todos os dados foram tirados de reportagens recentes na imprensa. Veja só:


O “novo” Maracanã vale 1289 escolas
A reforma do Maracanã custará R$ 931 milhões. Há poucos dias, o governo de Santa Catarina anunciou a construção de nove escolas, a um custo total de R$ 6,5 milhões. Cada escola atenderá a 520 alunos. Ou seja: o que o governo está gastando com a reforma do estádio no Rio seria suficiente para colocar 670 mil alunos na escola.

Outro dado curioso: o orçamento anual da Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro em 2011 foi de R$ 120 milhões. A reforma do Maracanã, portanto, consumirá o equivalente a 7,7 anos do dinheiro gasto com a educação no Estado.

Um Itaquerão vale 38 hospitais
O estádio do Corinthians custará R$ 890 milhões. Enquanto isso, a Universidade Federal do Tocantins anunciou a construção de um hospital universitário, ao custo de R$ 23 milhões.

A reforma de um estádio de treino em Roraima vale a reconstrução da Região Serrana do Rio
Os governos federal e de Roraima estão investindo R$ 100 milhões para reformar o Estádio Canarinho, em Boa Vista, apenas para que a cidade possa tentar ser escolhida como sede de treino – isso mesmo, sede de treino – por uma das 31 seleções que virão para a Copa do Mundo. Para isso, Boa Vista vai disputar com outros 158 municípios no país, que também querem receber treinos das equipes.

O valor é o mesmo que a presidenta Dilma liberou para ajudar a reconstruir oito cidades – incluindo Nova Friburgo, Petrópolis e Teresópolis – atingidas pelas enchentes de 2011, que mataram cerca de mil pessoas.

Gastos públicos com a Copa acabariam com 80% da miséria no país
Essa semana, a presidenta Dilma Rousseff lançou o plano “Brasil Carinhoso”, com um investimento de R$ 10 bilhões até 2014. Segundo a ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, o programa terá “impacto imediato de 40% na redução da miséria (considerando os valores repassados a todas as faixas etárias)” e de “62% entre as crianças de zero a seis anos”.

Os gastos totais com a Copa, segundo o Portal da Copa, chegam a R$ 25 bilhões (tem gente que calcula mais de 30, mas deixa pra lá), sendo que pelo menos 80% desse total (R$ 20 bilhões) vêm dos cofres públicos. Façam os cálculos.

É ou não é para ficar empolgado com a Copa?

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Servidores da área agrária fazem nova paralisação em defesa da reforma agrária


Os servidores públicos federais da área agrária, agregando o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), estão em campanha e realizaram uma paralisação hoje, dia 21 de maio. Os dois órgãos, enormemente criticados pela mídia e movimentos sociais do campo devido ineficiência, episódios de corrupção e não cumprimento de metas, sofrem com descaso de sucessivos governos - curiosamente agravado nos governos Lula e Dilma,  que contrariando sua base eleitoral, optaram pelo agronegócio -, que abandonaram as políticas públicas de reforma agrária e apoio à agricultura familiar. Ano após ano, reduzem recursos orçamentários, não realizam concursos e mantêm os salários dos servidores entre os menores do Governo Federal. A crise é tamanha, que se nada for mudado, provavelmente ambos os órgãos acabaram por se tornarem inviáveis em seu funcionamento.

Esta paralisação é 4a em menos de um mês, novamente organizada pelas três entidades representativas presentes nos dois órgãos, a Assinagro (Associação Nacional dos Agronômos do Incra), Assemda (Associação Nacional dos Servidores do MDA) e Cnasi (Confederação Nacional das Associações dos Servidores do Incra), e é parte da campanha salarial unificada 2012 dos servidores federais dos três poderes, organizada por 28 confederações, federais e sindicatos nacionais, entre elas a Condsef e a Cnesf, e presentes 3 centrais sindicais, a CTB, CUT e CSP-Conlutas. Os servidores do MDA e Incra conseguiram apoio de deputados e senadores e dos movimentos sociais do campo e realizaram reuniões com o Ministro do MDA, Pepe Vargas, e com o secretário de relação do trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça. Mas ainda não obtiveram resposta concreta sobre sua pauta, centrada em equalização salarial com os servidores da área agrícola e concursos públicos urgentes. Sua luta é a luta em defesa da reforma e do desenvolvimento agrário no Brasil.

Veja o panfleto convocando as atividades de hoje e explica o motivo de sua luta:

Todos do MDA e Incra parados dia 21 de maio!

Melhorar o serviço público da área agrária melhora também a vida de todos os brasileiros. Embora 70% dos alimentos venham de pequenos produtores, 80% das terras estão nas mãos dos latifundiários e do agronegócio. E, embora a metade dos pobres viva no campo, este abriga apenas 20% da população.

Os governos cada vez mais investem menos e não valorizam os trabalhadores do Serviço Público Federal. O orçamento para pagar os servidores é o menor dos últimos 17 anos, se comparado ao que a União arrecada (4,13% do PIB). Ao contrário do que a mídia diz, o Brasil tem um dos menores índices de servidores por habitante. Se não fazemos mais e melhor é porque faltam recursos e servidores.

Nos órgãos da área agrária a evasão de servidores é grande, são baixíssimos os salários (um dos piores do serviço público federal). O Incra tem hoje metade dos servidores que há 20 anos, sendo que em 2 anos mais da metade se aposentará. E o MDA nunca foi estruturado - além de poucos servidores, conta com menos de 1/5 do quadro próprio, sendo que quase 40% já saíram após 2,5 anos do único concurso. 

O dia 21 de maio é a 3ª paralisação conjunta convocada pela Cnasi, Assinagro e AsseMDA. Lutamos para sermos valorizados. Lutamos pela agricultura familiar, reforma agrária, regularização fundiária e desenvolvimento rural sustentável. Vamos cobrar do Ministro Pepe Vargas resposta às nossas demandas apresentadas há mais de um mês. Queremos que este defenda ao MPOG uma nova tabela salarial e ampliação no número de servidores.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Brasil não globalizou Educação e Saúde. País investe menos da metade da média global.

Brasil não globalizou a Educação e a Saúde: país investe menos 30% na primeira e 46% na segunda do que a média global. Saúde precária nos hospitais públicos: país teria de dobrar verbas para chegar à media mundial em 10 anos

Brasil não globalizou a educação e a saúde
Monitor Mercantil, 15/05/2012

País investe menos 30% na primeira e 46% na segunda do que a média global

Apesar de terem crescido nos últimos dez anos, os investimentos públicos nas áreas de saúde, infra-estrutura e educação no país, ainda estão longe dos padrões internacionais, segundo levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sobre 2010.

O estudo Brasil em Desenvolvimento: Estado, Planejamento e Políticas Públicas destaca o papel que as áreas sociais desempenharam, na primeira década dos anos 2000, para sustentação e dinamização da economia.

Na educação, os investimentos públicos representaram 5% do Produto Interno Bruto (PIB). Segundo o Plano Nacional de Educação, o padrão internacional, de 7%, só seria alcançado em 2020. Há dez anos, a educação recebia apenas cerca de 3% do PIB.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Para indústria, crescimento zero já seria lucro. Além de juro baixo tem de elevar gastos públicos

Para a indústria, crescimento zero já seria lucro. Segundo Fiesp, para ficar estagnado, o setor teria de crescer 0,6% ao mês. Além de juro baixo tem de elevar gastos públicos. Para Carlos Lessa,, ex-presidente do BNDES e professor da UFRJ, o PAC trata de "necessidades passadas" e defende volta do planejamento.Para ele, "as tentativas tardias" de baixar os juros "não são convincentes", por não serem acompanhadas de investimentos públicos consistentes.

Para a indústria, crescimento zero já seria lucro
Monitor Mercantil, 15/05/2012
Segundo Fiesp, para ficar estagnado, o setor teria de crescer 0,6% ao mês
A indústria de transformação do Estado de São Paulo deve fechar no vermelho este ano. A previsão é da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que reviu para baixo sua projeção anterior de que o setor ficasse estagnado.
"Para a indústria fechar conforme a nossa previsão - em zero - ela precisaria crescer 0,6% ao mês daqui até o fim do ano. Isso é quase uma missão impossível", disse o diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp, Walter Sacca.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Crise, ciclo e desenvolvimento no Capitalismo: a solução do debate Kondratiev-Trotski a partir das ideias de regulação e direção

por Almir Cezar 

A relação entre crise e ciclos econômicos e o desenvolvimento do capitalismo é uma tema palpitante, especialmente no período de uma crise. O artigo - escrito por mim, originalmente em 2007, e reescrito várias vezes entre 2008 e 2009, durante a redação da dissertação do meu mestrado em Economia - procura fazer um primeiro apanhado do meu entendimento sobre a questão, onde procuro desenvolver a solução do problema de maneira distinta do que a intelectualidade marxista sempre a vem tratando, em especial as naturezas objetiva vs. subjetiva e o caráter econômico vs. não-econômico do ciclo e da dinâmica econômica. E, pode-se ver também, rascunhos e primeiros apontamentos, presentes nas versões anteriores do artigo, aqui mesmo no blog em vários posts passados.

Uma observação preliminar importante, é que a redação da presente versão foi escrito antes de ler o artigo, que é um excelente acréscimo a bibliografia sobre o tema, de Eduardo Almeida, editado no livro-coletânea Capitalismo em Crise - A natureza e dinâmica da crise capitalista mundial, publicado pela editora José Luiz e Rosa Sundermann, e de outro artigo do mesmo autor, com o título "Está se abrindo uma nova onda recessiva", publicado na revista Marxismo Vivo. Embora o autor chegue a conclusões aproximadas as minhas, e trate até com maior profundidade a questão da polêmica e do tratamento diferente sobre ciclo entre Tróstki e Kondratiev, não trata as implicações fundamentais dessa controvérsia e os três seus desdobramentos obrigatórios: (i) a relação entre o ciclo e a crise e as determinações dessa dinâmica alternante, (ii) a relação entre dinâmica de longo prazo e o desenvolvimento econômico e  (iii) que os capitalismos nacionais são partes de um sistema capitalista, totalizante e mundial.

Procuro ir além do debate Tróstki-Kondratiev, encontrando ainda na literatura marxiana a solução do dilema teórico das ligações entre ciclo e tendência, entre dinâmica e desenvolvimento econômico e entre esfera política e esfera econômica, que de fundo permeou o debate. Encontrando a solução no método de recortar a realidade sistêmica do capitalismo entre mecanismos de  "regulação" e  de "direção", isto é, entre a determinação pela lei do valor e a "primazia" da política, como ficará mais claro ao final do artigo. Que ao meu ver, permite ao estudioso marxista da conjuntura e/ou da trajetória de desenvolvimento superar o falso dilema "economicismo" versus "politicismo".

segunda-feira, 14 de maio de 2012

UE eleva projeção de crescimento para Alemanha, mas reduz a da França

Almir Cezar

Prossegue a crise nas economias da União Europeia (UE), mesmo nas grandes potências. A UE eleva projeção de crescimento para Alemanha, mas reduz a da França - depois de ter ficado estagnada no primeiro trimestre, a maior economia da Europa deverá crescer 0,7% neste ano. Contudo, também segue a percepção de que a Alemanha, a maior economia, vem sentindo menos os efeitos da crise. Um das hipóteses é esta economia está, de alguma forma, drenando os recursos das demais parceiras, até das poderosas, como a Itália, Grã-Bretanha, e até da França, a 2a. maior economia da UE, e 5a. do mundo. 

Isso é o exemplo de que no desenvolvimento capitalista um dos mecanismos compensadores, é transferir as perdas, e/ou aumentar ganhos sobre as economias semiperiféricas do respectivo capital monopólico-imperialista, mesmo no interior do grupo de países que constituí o núcleo orgânico do sistema. Se o grande capital alemão faz isso até com a França, isso explica seu impacto prejudicial nas economias como a Grécia, Espanha e Portugal - e nos trabalhadores alemães, à medida que, nos últimos dez anos, a taxa de lucro e dividendos financeiros das empresas alemães cresceram 50%, enquanto a massa de salários caiu quase 10%. É a dependência e a superexploração do trabalho se desmascarando na crise, e provando que o "projeto europeu" não é de união e liberdade entre esses povos, mas de livre espaço ao grande capital. 

UE eleva projeção de crescimento para Alemanha, mas reduz a da França

Depois de ter ficado estagnada no primeiro trimestre, a maior economia da Europa deverá crescer 0,7% neste ano

Valor Online |
A Comissão Europeia revisou projeções de crescimento e resultados fiscais dos países que integram o bloco, no chamado relatório de primavera, divulgado nesta sexta-feira.

O organismo prevê que o crescimento econômico da Alemanha vai ganhar impulso e se acelerar neste ano e no próximo, a menos que os preços do petróleo prejudiquem a renda das famílias e impulsionem a inflação ou que a crise da dívida na zona do euro se aprofunde.

Depois de ter ficado estagnada no primeiro trimestre, a maior economia da Europa deverá expandir-se 0,7% neste ano, projeta a comissão, graças ao consumo doméstico robusto puxado pelos aumentos salariais.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Dilma discursa contra os juros dos bancos, mas só ataca a poupança

Nota  da Direção Nacional do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificadosobre as alterações nas regras da caderneta de poupança.

Dilma discursa contra os juros dos bancos, mas só ataca a poupança
  Reprodução
 
    Discurso de Dilma no 1º de maio

• Em discurso por ocasião do 1º de maio, a presidente Dilma atacou os altos juros cobrados pelos bancos no país. Fazendo coro à insatisfação da grande maioria do povo, roubado diariamente pelos juros escorchantes das instituições financeiras, a presidente criticou os ‘juros mais altos do mundo’ e afirmou que ‘estes valores não podem continuar tão altos’.

Começou daí o que a imprensa chamou de ‘cruzada’ do governo contra os juros altos e o ‘spread’ bancário, a diferença entre os baixos juros que os bancos remuneram para captar recursos e os juros estratosféricos que cobram para emprestar, financiar ou os juros cobrados no cartão de crédito. Mas qual o sentido desse discurso? Por que os altos juros cobrados pelos bancos, marca desses oito anos de governo petista, só agora veio à tona? Os juros vão mesmo abaixar?

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Com PIB a 2%, 1º Mundo só em 2112. Para alcançar desenvolvidos, Brasil precisa crescer no mínimo 7% ao ano

Segundo o Banco Mundial (Bird), se a média do crescimento global se mantiver na casa dos 2% ao ano e o Brasil crescer a 3,5% anuais, levaria quase um século para superar o atraso do país em relação ao mundo desenvolvido. Já um crescimento anual médio de 7% reduziria esse hiato para 40 anos.

O economista , João Paulo de Almeida Magalhãespresidente do Conselho Regional de Economia (Corecon-RJ), para quem o governo é vítima de uma "visão curtoprazista", que tem, segundo ele, apoio da mídia. Critica o teto de 5% estabelecido para o crescimento do país sem causar pressão sobre os preços Se o Brasil crescer a 5% ao ano com inflação zero, durante 20 anos, teria crescimento de 46% no PIB per capta. Ora, no pós-guerra, crescemos, em média, 7%, com inflação de 20%, e o PIB per capita cresceu 75%.

Com PIB a 2%, 1º Mundo só em 2112. Para alcançar desenvolvidos, Brasil precisa crescer no mínimo 7% ao ano
Monitor Mercantil, 04/05/2012 

Magalhães: mesmo com inflação de 20%, PIB per capita cresceu 75%

PARA ALCANÇAR DESENVOLVIDOS, BRASIL PRECISA CRESCER NO MÍNIMO 7% AO ANO
Segundo o Banco Mundial (Bird), se a média do crescimento global se mantiver na casa dos 2% ao ano e o Brasil crescer a 3,5% anuais, levaria quase um século para superar o atraso do país em relação ao mundo desenvolvido. Já um crescimento anual médio de 7% reduziria esse hiato para 40 anos.
"Significa que crescer 7% ao ano é o mínimo", observa o presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon-RJ), João Paulo de Almeida Magalhães, para quem o governo é vítima de uma "visão curtoprazista", que tem, segundo ele, apoio da mídia.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Brasil: tendências a re-industrialização e desnacionalização - mudanças aos trabalhadores

artigo revisado - publicado originalmente em 29 de junho de 2009 - passados 3 anos cada vez mais atual

Brasil: tendências a re-industrialização e desnacionalização - mudanças aos trabalhadores
por Almir Cezar Filho 

Há uma transformação em curso na economia brasileira, com uma respectiva recomposição na classe operária, com previsíveis e interessantes impactos na luta de classe futuros. Teremos transformações importantes na dinâmica econômica e na dinâmica social do país, por um lado, mais suscetível as crises mundiais, porém, embora mais dependente, uma economia com papel mais importante na economia mundial e, por outro, aponta que no Brasil em breve a classe operária voltará a ser protagonista das grandes mobilizações dos trabalhadores. Teremos um novo movimento operário surgindo, mais fortalecido do ponto de vista objetivo, inclusive para enfrentar os ataques da burguesia em caso de crises.

Vejam os dados da PIA 2009 divulgados pelo IBGE - obviamente os dados captam a realidade pré-crise, mas essa nova situação não pode ter revestido tal cenário - que apontam a ampliam do número de empresas atuando justamente nos segmentos econômicos industriais, e particularmente nos setores que constituem os pesos pesados da classe trabalhadora. Setores esses que haviam encolhidos nos anos 90.
Há um processo de re-industrialização da economia brasileira, mas essa re-industrialização se dá através de um maior peso do capital estrangeiro sobre o montante de capital, um processo que não só apesar da crise, mas talvez acelerado por ela, à medida que provavelmente passado o susto inicial, as transnacionais estão buscando refúgio no Brasil.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

(Presidencial francesa) Hollande: Obama europeu?

Confiável
Marcos Oliveira e Sergio Souto - FATOS & COMENTÁRIOS - Monitor Mercantil, 07/05/2012

Comentário, entre ferino e desiludido, de um economista amigo da coluna: "Um marciano que descesse em Paris em plena campanha e olhasse os dois programas de governo - o do Hollande e o do Sarkozy - não conseguiria em absoluto entender qual seria a diferença entre eles. Você vai ver o desastre que vai ser seu (de Hollande) governo. Vai fazer um governo mais à direita e com mais austeridade do que o que se propunha a fazer o Sarkozy, anote o que estou dizendo, até para provar que é "confiável" para os "mercados". E prevê: "Ele vai levar o PS a ficar afastado do governo pelos próximos 20 anos, depois do término do seu mandato...".

Finalmente, conclui: "Vem uma crise por aí, a situação econômica da França é muito difícil e o Hollande não tem propostas consistentes. Os preços dos imóveis vão cair - e muito, na minha opinião." 

Sopro 
Já um analista político, menos pessimista, afirmou: "Qualquer pessoa de esquerda deve estar aliviada com este resultado das eleições francesas. Não por Hollande ser algo muito especial. Talvez seja justamente o contrário, um "Obama europeu". Mas pode significar algum sopro de novidade na mesmice do seu continente."

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Congresso da CSP-Conlutas avança em alternativa independente de luta e organização



Congresso reuniu 2.300 delegados de 26 estados e do DF e marca a aproximação de importantes entidades nacionais à central, que vai se consolidando como alternativa contra o sindicalismo governista



Jornal Opinião Socialista - DIRETO DE SUMARÉ (SP)



• O tempo podia estar chuvoso e frio do lado fora, prenúncio do inverno, mas no interior do auditório da Estância Árvore da Vida, em Sumaré (SP), o clima era de muita alegria. O I Congresso da CSP-Conlutas foi encerrado com a certeza de que um importante passo foi dado na consolidação de uma alternativa de luta para o movimento sindical, social e popular no país.

O congresso reuniu quase 2.300 pessoas, sendo 1.809 delegados eleitos em assembleias de base, representando 114 sindicatos , 2 associações de classe, 118 oposições sindicais e minorias de diretorias sindicais, 1 movimento de luta pela terra (MTL), e, representando um grande salto em relação ao congresso de fundação, 11 movimentos populares urbanos. Além disso, houve a presença de 4 movimentos de luta contra as opressões e 1 entidade nacional dos estudantes, a ANEL. 

“Tivemos representantes de quase todos os estados da Federação, com a exceção de Rondônia, fica aí o compromisso para o próximo congresso”, afirmou Sebastião Carlos, o Cacau, da Secretaria Nacional Executiva da CSP-Conlutas. 

quinta-feira, 3 de maio de 2012

NOVO PINHEIRINHO DE BRASÍLIA PREPARA RESISTÊNCIA AO DESPEJO

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Diante da decisão do Governador Agnelo Queiroz em apostar no despejo e na repressão, ao invés de negociar solução habitacional para as famílias da Ocupação Novo Pinheirinho, em Ceilândia, os acampados iniciaram a preparação da resistência.

O terreno foi cercado de barricadas e os moradores se preparam para evitar um massacre. A ocupação já conta com mais de 900 famílias, muitas das quais não tem lugar para ir, em caso de despejo.

A postura do Governo Agnelo parece anunciar a versão petista do Massacre do Pinheirinho, feito pelo Governo do PSDB, em São José dos Campos. Se não recuar, o GDF transformará os questionamentos do PT ao despejo do Pinheirinho em retórica vazia. Mostrará ainda que as diferenças entre o PT e os tucanos no trato com as lutas sociais são bem menores do que parecem.