segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Crise econômica mundial reacende disputas interimperialistas: mares do sul e leste da China no epicentro

Crise econômica mundial reacende as disputas interimperialistas adormecidas: mares do sul e leste da China no epicentro. Cúpula da Ásia/Pacífico revelou antagonismos de interesses capitalistas de novas e velhas potências na orla do Mar da China.

MARES DO SUL E LESTE DA CHINA
No epicentro de novas disputas imperialistas

Cúpula da Ásia/Pacífico revelou antagonismos de interesses capitalistas

Tóquio - Excepcional importância para os interesses imperialistas(capitalistas) representa o Sul da Ásia e o Oceano Pacífico, com a região sendo situada no epicentro dos antagonismos, considerando que os centros imperialistas reivindicam seu controle absoluto. A questão dominou as discussões da Reunião de Cúpula da União dos Países do Sul da Ásia (Asean), realizada entre os dias 18 e 20 do mês passado [novembro de 2012] em Phnom Penh, com a participação de Camboja (país-sede), Vietnã, Tailândia, Laos, Mianmar, Indonésia, Malásia, Cingapura, Brunei, Filipinas, China, Japão, Austrália, Rússia, Coréia do Sul, Índia e EUA.

Presente durante a Cúpula, participando das conversações e, revelando o cada vez maior interesse dos EUA sobre a região, o presidente, Barack Obama que, assim estava encerrando sua (coincidente) vilegiatura pela Ásia. E primeira questão na agenda da Cúpula foi o recrudescimento da tensão que predomina nos mares do Sul e Leste da China.

China-Filipinas-Vietnã
O mar do Sul da China constitui uma área de extraordinária importância estratégica para as rotas marítimas e, a questão incluída na Cúpula da Asean de forma impositiva, constitui a ponta de lança de graves tensões entre as Filipinas e a China que, no verão passado quase chegaram às vias de fato, mas o imbróglio permanece pendente.

Reivindicações apresentaram, também Vietnã, Brunei, Malásia e, até Taiwan. E os antagonismos expressos, também, durante a Cúpula da Asean não permitiram nenhum acordo de decisão sobre a região reivindicada, algo que deixou China satisfeita.

De acordo com as avaliações do governo de Beijing, o mar do Sul da China possui extraordinárias jazidas de petróleo e gás natural, cujos volumes, confirmados, atingem a extensão de 1,200 quilômetros, que correspondem em 7,7 bilhões de barris de petróleo, enquanto, os volumes, confirmados, de gás natural superam os 28 bilhões de metros cúbicos. Também, a riqueza de pesca é significativa.

A China conflitou com o Vietnã, tanto em 1974, quanto também em 1988 por causa desta região, com ponta de lança o arquipélago Spartli. O Vietnã recrudesceu em sua reivindicações, por causa do fato de a estatal petrolífera vietnamita "PetroVietnã" ter formalizado acordo com a petrolífera estatal russa "Gazprom" para a exploração comum de duas jazidas de petróleo e gás natural situadas no mar do Sul da China, mas, fora das áreas reivindicadas. Também, este fato provocou reação da China contra a Rússia, com o governo de Beijing exigindo que o governo de Moscou cessasse de enviar mensagens "equivocadas".

O antagonismo Beijing-Hanoi foi o motivo para a eclosão de novo turno de troca de acusações, quando as autoridades vietnamitas recusaram-se a carimbar os novos passaportes da China que trazem estampado o mapa da China incluindo o mar do Sul da China. A mesma atitude foi tomada pelo governo das Filipinas.

Vilegiatura de Obama
O presidente dos EUA Obama, durante sua visita em Camboja - "no âmbito de sua "coincidente" vilegiatura asiática, encontrou-se com o primeiro-ministro do Japão, Yoshihiro Noda, ao qual, declarou que, "o governo de Washington não deseja escalada da crise Japão-China - (declaração semelhante formulou ao primeiro-ministro de Israel, Biyniamim Netaniahu, com relação à crise Israel-Palestino-Irã) - pois, assim ameaçará os interesses internacionais e, "desestabilizará a região".

Os EUA mantêm bases militares no Japão, enquanto, em setembro deste ano, por ocasião da visita do secretário de Defesa norte-americano, Leon Panetta, ao Japão foi assinado acordo para a instalação do segundo radar de detecção de mísseis em território japonês. Seu papel na crise com a China é ativado nos bastidores, considerando que, os EUA estão tentando "cercar" a China, seu grande adversário na região e, criando um asfixiante círculo de aliados, que atenderão os interesses norte-americanos.

A "vilegiatura" de Obama incluiu uma - caracterizada - "visita histórica" a Mianmar, e Obama é o primeiro presidente norte-americano a visitar o país, onde fervilham evoluções destinadas a entregar a exploração de seus recursos naturais aos interesses imperialistas ocidentais, em troca da concessão de volumosos empréstimos pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial (Bird). O Mianmar, após a instalação do novo regime - "amigo dos EUA" - que sucedeu uma prolongada ditadura, "acoplada" à China e mantendo relações privilegiadas com o governo de Beijing, recebeu o carimbo de "aprovado" pelos EUA e União Européia, os quais, imediatamente, aboliram as proibições e restrições que haviam imposto sobre Mianmar, objetivando a fácil penetração de seus interesses ao país utilizando-o para criação de "cabeças de pontes" para o controle do Leste da Ásia.

Armamentismo da China
Obviamente, a China não permanece espectador das ações dos EUA no Oceano Pacífico. Já iniciou a construção de uma forte "defesa nacional". E esta questão dominou o epicentro das conversações do XVIII Congresso do Partido Comunista da China, com o governo de Beijing avançando na modernização das forças armadas do país, adotando um armamentismo de nova alta tecnologia que garantirá a necessidade de corresponder às "exigências dos tempos".

Meta, como foi descrita, extensamente, pelo retirante presidente e secretário-geral do Partido Comunista, Hu Jidao, "é a "necessidade" de serem garantidas a integridade territorial e a soberania nacional da China, sem que sucumba em pressões, caracterizando a defesa de importância estratégica, também, em tempo de paz e promovendo o aumento das forças navais do país". Isto, já está sendo promovido com exercícios navais, renovação da Esquadra da Marinha de Guerra com novo porta-aviões e, continuas experiências que tornam as mensagens de Beijing mais sonoras.

Está mais do que claro que, o Sul e Leste da Ásia e o Oceano Pacífico como dois dos próximos alvos nos planejamentos das potências imperialistas - estão entrando em um processo de maior militarização, em consequência do antagonismo, cada vez mais agudo, dos grupos de monopólios.

Lee Wong - Sucursal do Sudeste Asiático - Jornal Monitor Mercantil (07/12/2012 )


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