terça-feira, 28 de maio de 2013

Teoria marxista e inflação - sugestão de leitura (textos na Internet)

Sugestão de leitura da semana: o tema é teoria marxista e inflação.
busto de Marx da cidade  alemã Chemnitz (antes
 chamada  de Karl-Marx-Stadt)  no cartão  de crédito
do banco Sparkasse.


Segue uma lista de textos brasileiros acessíveis pela Internet:

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Horas paradas por greves em 2012 é maior em mais de duas décadas

Esses números do DIEESE nos diz muita coisa, inclusive os empregadores estão menos propensos a apresentar propostas razoáveis aos trabalhadores, empurrando-os ao movimento paradista, e que os empregadores estão mais propensos à mobilização e greve. No caso do funcionalismo federal, o Governo Dilma tem sido mais duro nas negociações e as reivindicações não tem sido atendidas como as dos trabalhadores do setor privado - e só de pensar que o negociador do governo no Ministério do Planejamento é um ex-diretor do próprio DIEESE, o secretário nacional de relações do trabalho no setor público Sérgio Mendonça.

Número de horas paradas por greves em 2012 é maior em mais de duas décadas



O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Econômicos (Dieese) acaba de publicar o estudo “Balanço das Greves 2012”. O documento aponta que foram realizadas 837 paralisações ao longo do ano, o maior número desde 1997 e um crescimento de 58% em relação ao ano passado confirmando uma tendência de crescimento no número de  greves iniciada no ano de 2008. As greves de 2012 contaram com a participação de cerca de 1,8 milhão de trabalhadores, com média de 4.419 trabalhadores por greve.


Os dados analisados pela entidade foram extraídos do Sistema de Acompanhamento de Greves (SAG), desenvolvido e mantido pelo Dieese, que reúne informações das greves de trabalhadores realizadas no Brasil desde 1978 e conta, atualmente, com mais de 28 mil registros. As informações do SAG foram obtidas por meio de notícias veiculadas em jornais impressos ou eletrônicos da grande mídia e da imprensa sindical.

sábado, 25 de maio de 2013

(Dia do Trabalhador Rural) Reforma Agrária paralisada

(Fonte: Portal do Desenvolvimento Agrário)
Hoje, 25 de maio, é Dia da Trabalhadora e Trabalhador Rural. Na última quarta-feira (22) a CONTAG (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura) e a FETRAF (Federação Nacional dos Trabalhadores Agricultores Familiares) realizaram mobilizações pautando o Grito da Terra Brasil, para exigir do Governo Dilma o atendimento a uma série de reivindicações sobre reforma agrária, agricultura familiar e desenvolvimento rural. 

Coincidentemente, no mesmo dia que o Governo recebia o movimento em uma "sala", anuncia em outra o contingenciamento de mais de R$28 bilhões de reais do orçamento geral de 2013, bloqueando do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e do INCRA quase 1/4 dos recursos de seu orçamento anual. Não foi um caso isolado, nos últimos anos tem sido o patamar recorrente do contingenciamento que os dois órgãos agrários federais sofrem. A diferença é que o contingenciamento do orçamento geral de 2013 foi globalmente o menor dos últimos dois anos (em 2011 e 2012 foram quase o dobro), portanto, o MDA e o INCRA sofreram este ano um corte proporcionalmente maior ao montante geral, em comparação aos anos anteriores.

Retrospectivamente, o Governo Dilma tem tido os números mais baixos de desapropriação e implantação de projetos de assentamento desde a Redemocratização, perdendo até para o Collor. Contudo, ao invés de fazer a denúncia dessa postura do Governo, setores dos movimentos do campo equivocadamente absorveram a tese que a culpa pelo travamento da Reforma Agrária estaria no Judiciário "reacionário". Porém, os números não comprovam isso, embora a metade dos processos de obtenção de imóveis estão parados na Justiça, a outra metade também não anda na esfera administrativa, e também o número total por si só é pequeno.

Fica aqui nosso agradecimento a esses trabalhadores responsáveis de produzir os alimentos que chegam à mesa da população.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Bolsa família: algumas considerações

por Almir Cezar

Beneficiários do bolsa família correram às agências da Caixa
(Foto: Agência Brasil)
Informações sobre o fim do pagamento do benefício geraram tumultos em vários estados no último fim de semana. Nesses locais, beneficiários correram às lotéricas após o boato de que o recebimento de valores só seria feito até este sábado. A informação falsa de que só seria possível sacar o benefício até o último sábado (18/05), se espalhou pelas redes sociais e levou muitas pessoas às agências da Caixa Econômica Federal e dos Correios, em estados como a Paraíba, o Amazonas, o Maranhão e o Rio de Janeiro. Em João Pessoa, beneficiários se dirigiram a agências bancárias após o boato, e a Polícia Militar teve de ser acionada. O ministro da Justiça determinou que a Polícia Federal abra inquérito para apurar a origem do boato sobre a suspensão do Programa Bolsa Família.

As bolsas sociais são constantemente alvo de acusações e severas críticas. Inauguradas na década de 1990 em governos municipais e estaduais chegaram no início do década de 2000 ao nível federal e consolidada ao longo da década, com a criação do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), o Cadastro Único (CADÚnico) e o Programa Bolsa Família e agora o Programa Brasil Sem Miséria (BSM). O episódio voltou a chamar a atenção sobre elas, e novamente, ressurgem as acusações e críticas.
Ministra Tereza Campello fala em entrevista coletiva
(Foto: Agência Brasil)

Em meu tempo de graduação, eu era um pesquisador sobre o tema de políticas públicas de combate a desigualdade e pobreza. Cheguei a ser aluno de alguns dos "bambas" tão amados pelo atual Governo, como Marcelo Néri, Ricardo Henriques, etc, utilizados para legitimar a política social que prioriza o emprego das bolsas-sociais. Contudo abandonei durante meu desenvolvimento acadêmico esse tema posteriormente  por desacordos metodológicos e estratégicos entre os pesquisadores majoritários dessa temática. Tornei-me crítico, entendendo ser outra a estratégia para a justiça social e desenvolvimento nacional. Porém, não concordo com um conjunto de críticas que lhe são dirigidas aos programas de renda-mínima. Assim, apresento algumas considerações em forma de tópicos como contribuição ao debate sobre o tema "bolsa família":

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Coleção de clássicos latino-americanos do pensamento social inéditas no Brasil


Instituto de universidade publica coleção de obras clássicas de autores do pensamento social latino-americanos inéditas no Brasil. 
As duas primeiras obras, embora de brasileiros, jamais haviam sido publicados no país.

Fonte: IELA
O Instituto de Estudos Latino-Americanos (IELA), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), vem publicando a coleção Pátria Grande, Biblioteca do Pensamento Crítico Latino-Americano, que deverá reunir 40 volumes, todos editados pela Editora Insular, de Florianópolis. 

A intenção é divulgar autores e obras clássicas das ciências sociais na América Latina que deram vida ao que entrou para a história como “pensamento crítico latino-americano”. As obras escolhidas para compor esta Biblioteca são inéditas ou foram divulgadas apenas marginalmente no Brasil. 

Com esse trabalho, o Iela inaugura mais um a frente de ação. Não apenas no debate sistemático das temáticas latino-americanas, mas o estudo permanente de pensadores praticamente desconhecidos nas universidades brasileiras. 

Fonte: IELA
A coleção, ao ser concretizada em livro, eterniza, em português, obras de fundamental importância para se compreender a América Latina. O segundo volume da coleção lançado agora em 2013 é o livro “O capitalismo dependente latino-americano”, de Vânia Bambirra. Cuja primeira edição é de 1974, desde então inédita em português e no Brasil (clique aqui para ler em espanhol).

Ano passado foi publicado o primeiro volume da coleção, o livro “Subdesenvolvimento e revolução”, do mineiro Ruy Mauro Marini (1932-1997), publicada originalmente no México em 1969 e que ganhou sucessivas edições em muitos países sem, contudo, jamais ter sido publicada em nosso país. 

Não por acaso, dois clássicos centrais da Teoria Marxista da Dependência.

Para ter acesso ao livro entre em contato com Iela por iela@iela.ufsc.br ou http://www.iela.ufsc.br/

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Contingenciamento: Orçamento de 2013 terá bloqueio de R$ 28 bilhões. 1/4 na reforma agrária e agricultura familiar

Guido Mantega e Miriam Belchior no anúncio.
(Foto: Agência Brasil)
Nesta manhã de hoje (22/05) houve o anúncio pelo ministro da Fazenda Guido Mantega e ministra do Planejamento Miriam Belchior do famigerado contingenciamento do orçamento federal. O governo decidiu bloquear gastos de R$ 28 bilhões no Orçamento de 2013. O corte não foi por igual, PAC e Copa foram preservados em seu orçamento, enquanto que 1/4 nas verbas para reforma agrária e agricultura familiar foram bloqueados.

O contingenciamento tem o objetivo alegado de ajudar o Governo Federal a cumprir a meta de superávit primário (economia para pagar juros da dívida pública) deste ano, prevista em R$ 155,9 bilhões. Do valor, o governo poderá abater R$ 45,2 bilhões em investimentos previstos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Para estabelecer o bloqueio, o governo usou como parâmetro uma projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 3,5% este ano, do PIB nominal de R$ 4,875 trilhões e do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, em 5,2%. 

O montante é inferior ao valor contingenciado nos primeiros dois anos da gestão Dilma Rousseff: R$ 50 bilhões (em 2011) e R$ 55 bilhões (em 2012). Contudo, nessa mordida - feita sob a justificativa de controlar a inflação, mas na verdade compensar a queda na arrecadação (gerada pelos incentivos fiscais aos empresários) e garantir o pagamentos dos juros da dívida pública (verdadeiro "bolsa-banqueiro") - o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) perderão 880 milhões de reais, portanto, quase 1/4 de seu orçamento inicial (R$3,87 bilhões). 

Coincidência triste: essa perda de grande volume de recursos para reforma agrária e agricultura familiar, é anunciada justamente no dia em que se realiza pela CONTAG (Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura) o 19o. Grito da Terra Brasil, e tentaram ocupar o edifício da sede do Incra e das secretarias do MDA, no Centro de Brasília após uma marcha pela Esplanada dos Ministérios para chamar a atenção das autoridades federais.

Por outro lado, os estímulos à economia sob a forma de desoneração tributária aos empresários e crédito subsidiado poderão ser descontados até o limite de R$ 20 bilhões da meta de superávit primário - economia feita pelo governo para pagamento de juros da dívida pública. Somado ao montante de R$ 45,2 bilhões em obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que também podem ser descontados da meta fiscal, o total fica em R$ 65,2 bilhões. Na prática, as desonerações e os investimentos no PAC são contabilizados como esforço fiscal. Também não houve bloqueio em programas e ações consideradas prioritárias como os megaeventos Copa das Confederações e do Mundo e Olimpíadas.

terça-feira, 21 de maio de 2013

Seminário 40 anos do livro "Dialética da dependência" no México


Hoje e amanhã (21 e 22 de maio) acontece na Cidade do México,  o Seminário Internacional 40 años de Dialéctica de la dependencia, livro clássico sobre desenvolvimento sócio-econômico na perspectiva marxiana e latino-americanista do intelectual brasileiro Rui Mauro Marini.

O seminário contará inclusive com a presença de professores universitários e pesquisadores brasileiros e acontecerá no Auditorio Mtro. Ricardo Torres Gaitán, da Universidad Nacional Autónoma de México (UNAM). 

Rui Mauro Marini foi um dos formuladores da Teoria Marxista da Dependência e professor de sociologia por muitos da UNAM, que inclusive dedica um centro de pesquisa em sua memória, com um portal na internet para divulgar suas obras. Curiosamente, segue sendo um intelectual muito mais celebrado e estudado no México e na América Latina de língua castelhana do que no Brasil. Esse livro terá sua primeira publicação em português e no Brasil pela primeira vez esse ano.

As inscrição e informações do seminário são pelo site: www.iiec.unam.mx

Veja a programação:

segunda-feira, 20 de maio de 2013

A miséria alemã e a desgraça europeia.

Europa vive maior recessão desde 95. Alemanha impõe medidas de austeridade à UE e vive aumento da miséria interna. Cortes devem aumentar desigualdade social.

A miséria alemã
Ano passado, cerca de 320 mil famílias alemãs tinham pelo menos um membro que dependia de assistência social apesar de ter rendimento bruto de pelo menos 800 euros. O número cresceu em 20 mil famílias em relação ao ano anterior, segundo dados da Agência Federal de Emprego da Alemanha citados pelo jornal germânico Sueddeutsche Zeitung. A exposição dessa face, em geral, oculta das consequências na Alemanha da agudização da crise na Europa deve impactar o debate eleitoral sobre a adoção de um salário mínimo no país, que, apesar de ter o quarto maior Produto Interno Bruto (PIB) do mundo, recusa esse benefício a seus cidadãos.

Incorporou
Crítica das medidas neoliberais, a advogada e professora Angélica Carlini, da Universidade Paulista (Unip), defende a tese de que a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, incorporou a alma de Margaret Thatcher. A comparação foi feita durante encontro com jornalistas para debate os “Desafios Econômicos e Jurídicos da Saúde Suplementar”. Ao falar sobre o Estado do bem-estar social no Brasil, Angélica salientou que “a globalização neoliberal coloca-se como contraponto às políticas sociais do Estado de bem-estar social”

quinta-feira, 16 de maio de 2013

ONU diz que insetos ajudariam acabar com a fome. Mas o problema da fome não é a falta de alimentos.

por Almir Cezar

Um relatório das Nações Unidas divulgado nesta segunda-feira destacou a importância do papel dos insetos comestíveis na luta contra a fome no mundo. O estudo, conduzido pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês), estimou que 2 bilhões de pessoas no planeta já complementam suas dietas com insetos, tais como besouros, gafanhotos e formigas. Embora interessante, o consumo em massa de insetos não é a solução da fome do mundo, que reside na desigualdade na produção e distribuição de alimentos.

A FAO acrescenta que a criação de insetos em escala industrial poderia contribuir para a segurança alimentar mundial. Esses animais são altamente nutritivos e fáceis de reproduzir, além de poderem ser usados como alimentos para peixes e gado. O relatório, no entanto, ressalva que a repugnância de muitos consumidores, especialmente de países ocidentais, constitui uma barreira para a inclusão deste tipo de alimento na dieta global. 

Contudo, fica-se com a impressão que a questão esta subvertida.  De fato, por um lado, o cultivo de insetos (até porque ninguém deveria pensar em consumir insetos que não sejam de criatórios próprios e certificados) poderia ser uma grande fonte de nutrientes, especialmente em países que passam por forte crise agrícola, principalmente causados por desastres ambientais (secas ou tempestades) ou terras pouco férteis, constituindo uma reserva estratégica complementar. E por outro lado, o consumo de insetos oferece uma alternativa gastronômica e culinária nova, de forma similar ao ocorrido, por exemplo, com o caramujo francês (escargot). Embora interessante, o consumo em massa de insetos não é a solução da fome do mundo, por cinco grandes motivos:

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Economia brasileira não responde aos estímulos. Crescimento 'vaza' para indústria estrangeira.

por Almir Cezar
Folhapress
Em recente artigo na Folha de São Paulo, o ex-'superministro' da Fazenda do "Milagre Econômico" da Ditadura Militar e professor catedrático da USP, Antônio Delfim Netto afirmou que a recente redução das perspectivas de crescimento do PIB de 2013 (que começou em torno de 4% e já anda em torno de 3%, com viés de baixa) deve-se, essencialmente, à pequena resposta da demanda da produção industrial nacional aos enormes estímulos fiscais, monetários, creditícios e subsídios que lhe têm sido concedidos. Em outras palavras, o estímulo à demanda nacional “vaza” para a indústria estrangeira em lugar de ser suprida pela indústria nacional.

Esse é um fenômeno geral, como prova o crescente saldo negativo do nosso balanço de transações correntes. E é fenômeno relativamente recente, como se vê no gráfico abaixo. Nele se registram o crescimento das vendas do comércio varejista e o crescimento da indústria de transformação com relação ao triênio anterior no período 2004-2006 e 2010-2012. A diferença dá uma ideia do aumento da penetração da oferta estrangeira. Em 2004-2006 (com referência a 2003-2005) as vendas do varejo cresceram praticamente à mesma taxa da produção industrial, 12,0% e 11,5%, respectivamente. No período 2010-2012 (com referência a 2007-2009), o varejo cresceu 27,2% e a indústria nacional 5,1%, revelando o “vazamento” da demanda interna para a oferta externa.

terça-feira, 14 de maio de 2013

Economistas exigem em manifesto ruptura com 'euroliberalismo'

"A saída do euro não é uma garantia de ruptura com o “euroliberalismo”, dizem os subscritores de manifesto recém-lançado que trata do tema. Este grupo de economistas, entre eles Francisco Louçã, Michel Husson, Mariana Mortágua e Eric Toussaint, constata que há hoje um "consenso alargado" a defender que "a austeridade fiscal não reduz o fardo da dívida, gerando antes uma espiral de depressão, mais desemprego e desespero entre os povos da Europa".

Mas estas políticas de austeridade "são racionais do ponto de vista da burguesia", explicam na abertura deste manifesto, considerando-as "uma forma brutal de terapia de choque para restaurar os lucros, garantir os rendimentos financeiros e implementar as contrarreformas neoliberais".

O manifesto defende uma "corajosa refundação da Europa", mas rejeita a "falsa dicotomia" entre "uma saída 'arriscada' da zona euro e uma utópica harmonização europeia que resulte da luta dos trabalhadores". A estratégia política a seguir deverá ser a criação de uma maioria para um governo de esquerda "capaz de se livrar deste colete de forças" que é a austeridade resultante da nacionalização das dívidas privadas.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Colóquio Internacional 'Marx e o Marxismo 2013: Marx hoje, 130 anos depois', em setembro


Entre os dias 30 de setembro e 04 de outubro de 2013, no Campus do Gragoatá da UFF, em Niterói, Rio de Janeiro ocorrerá Colóquio Internacional Marx e o Marxismo 2013: Marx hoje, 130 anos depois.O evento, que é a principal atividade do NIEP-Marx (Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas sobre Marx e o Marxismo) da Universidade Federal Fluminense (UFF).

Os detalhes da programação do evento estão divulgadas no site: http://www.uff.br/niepmarxmarxismo/MM2013/marxmarxismo2013.htm.

A lista de convidados confirmados para o evento é: José Paulo Netto (ESS/UFRJ) - Alex Callinicos (University of London, Inglaterra) - Virgínia Fontes (UFF / EPSJV Fiocruz) -  Anselm Jappe (École des Hautes Études en Sciences Sociales, França) · Marcos Del Roio (UNESP) - Maurício Vieira Martins (UFF) - Leo Panitch (York University, Canadá) - Marcelo Badaró Mattos (UFF) - Miguel Vedda (UBA, Argentina) - João Leonardo Medeiros (UFF) - Robert Brenner (UCLA, EUA) - Alfredo Saad Filho (University of London, Inglaterra) - Peter Thomas (Brunel University, Inglaterra).

A chamada de trabalhos do Colóquio Internacional Marx e o Marxismo 2013: Marx hoje, 130 anos depois também já está publicada no site http://www.uff.br/niepmarxmarxismo/MM2013/marxmarxismo2013.htm, sendo que as inscrições iniciam no dia 15 de maio.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Restos a pagar somam R$ 104 bi


Os Restos A Pagar (RAP) do Orçamento da União já somam R$ 104 bilhões. A título de exemplo, apenas no Ministério do Desenvolvimento Agrário e no INCRA o total de RAP totalizam quase um orçamento anual. Na prática, eles viraram um orçamento paralelo, para flexibilizar o aperto fiscal, e, em parte, também demonstram a baixa capacidade de execução das políticas públicas em tempo.

Restos a pagar somam R$ 104 bi
03/05/2013 - Monitor Mercantil

Na prática, eles viraram um orçamento paralelo, para flexibilizar o aperto fiscal
O volume de recursos de outros anos que poderão reforçar o Orçamento da União, em 2013, chega a R$ 104,185 bilhões. Esse é o total de restos a pagar previstos para este ano, segundo decreto que detalhou a execução do Orçamento Geral da União. Com acúmulo dos últimos anos, os restos a pagar se tornaram praticamente um Orçamento paralelo.

O volume de restos a pagar não significa, porém, que todo esse dinheiro será de fato gasto. Desses cerca de R$ 104 bilhões, apenas R$ 6,988 bilhões são classificados como processados. Ou seja, passaram da fase da liquidação, quando o governo libera o pagamento porque o serviço ou a compra foram executados.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Ufanismo de Delfim Netto e o paradoxo brasileiro: 'pibinho', desemprego baixo e inflação persistente

DELFIM NETTO o professor Antonio Delfim Netto, se notabilizou por ser um economista com plenos poderes em alguns governos militares, a ponto de surrupiar alguns percentuais da inflação e influenciar os acordos coletivos entre empresas e trabalhadores, com prejuízos, como sempre, para os segundos. A imprensa sindical ironicamente chama Delfim Netto de "economista convertido". Desde que deixou de ser deputado federal, fazendo uma escolha partidária desastrada, transformou-se em eminência parda dos governos petistas. Consta que Lula o ouvia frequentemente. Agora, dizem, é Guido Mantega quem está rezando em sua cartilha. Seria talvez por isso que a inflação está sendo contida por decretos? Afinal, o lobo pode ter outra pele, porém não perde o hábito.

INFLAÇÃO a inflação brasileira tem permanecido, a duras penas, mais ou menos dentro da faixa, o chamado programa de metas. O governo de Dilma Rousseff, que a cada sondagem assume maiores índices de popularidade, tem mantido a inflação brasileira sob controle, com alguns expedientes heterodoxos: a) manutenção artificial do preço da gasolina, algo que fez a Petrobrás acumular prejuízos e o programa do Proálcool retroceder; b) a continuidade das importações a dólar baixo, com inegáveis e perigosos resultados para a balança comercial; c) alguns preços foram reduzidos (energia elétrica, por exemplo), com bons efeitos, inclusive políticos; d) pressão sobre os estados para que não aumentem as tarifas de transporte (ônibus e metrô). Isso tudo com o objetivo de não comprometer os índices inflacionários, que, diga-se, por enquanto, está oferecendo bons resultados.

terça-feira, 7 de maio de 2013

Encontro Anual da Associação Mundial de Economia Política em Florianópolis


Nos dias 25 e 26 de maio acontecerá em Florianópolis o 8o. Encontro Anual da WAPE (Associação Mundial de Economia Política), evento organizado pelo Instituto de Estudos Latino-Americanos da Universidade Federal de Santa Catarina (IELA-UFSC).

Haverá no dia 24 uma sessão latino-americana com um debate sobre o tema do endividamento externo. Maria Lucia Fatorelli e Alejando Olmos, as duas figuras mais importantes da auditoria da dívida equatoriana (lamentavelmente desconhecida no Brasil) onde serão tratados dois temas: a) a farsa do desendividamento externo argentino; b) o super endividamento do estado brasileiro. Os dois conferencistas também analisarão as consequências da auditoria da dívida equatoriana.

O outro debate será sobre a vigência do marxismo latino-americano e contará com a participação de Juan Kornblihtt (Argentina), José Martins (UFSC), Niemeyer Almeida (Sociedade Brasileira de Economia Política - SEP) e Nildo Ouriques (UFSC/IELA).

A programação completa vocês podem acessar na página eletrônica do IELA (www.iela.ufsc.br) ou do Encontro WAPE (http://encontrowape.blogspot.com.br/)

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Lançamentos de livros e revistas marxistas do mês maio

O blog Literatura Marxista especializado em livros e revistas de teoria marxista divulga a bibliografia marxista disponível publicada pelas editoras no Brasil e no mundo, com destaque para a América Latina, apresentando uma breve resenha e ficha técnica da obra. O blog é editado pelos professores universitários Rodrigo Castelo e Fernando Correa Prado, ligados ao LEMA (Laboratório de Estudos Marxistas), vinculado a UFRJ.

Lançamentos de livros e revistas da tradição marxista do mês de maio:


1. LIVROS

AMOR & CAPITAL, de Mary Gabriel

Aliando o contexto histórico-político da Europa do séc. XIX, a biógrafa Mary Gabriel revela aspectos da vida pessoal, como a influência de Jenny von Westphalen, que se casou com Marx quando ele ainda era apenas um jovem promissor. Ao longo de décadas de luta, o amor de Jenny por Karl seria sempre testado, enquanto ela esperava que o marido terminasse sua obra-prima, “O capital”. A narrativa se estende ao longo de décadas por Londres, Paris, Bruxelas e Berlim, revela as sementes das revoluções e do amor que uniu um homem e uma mulher no meio do turbilhão da história.

Para mais informações, clique em:


DISCURSO CRÍTICO E MODERNIDADE, de Bolívar Echeverría

Frente ao enorme valor das contribuições e da proposta teórico-política de Bolívar Echeverría, a Ediciones desde abajo publicou Discurso crítico y modernidad: ensayos escojidos, coletânea póstuma que reúne 15 ensaios substanciais da obra desse importante representante do pensamento crítico latino-americano.
Para mais informações, clique em:

sábado, 4 de maio de 2013

Não são os gastos sociais! É a planilha, estúpido!


Não são os gastos sociais! É a planilha, estúpido!

Há anos não se via economistas heterodoxos rindo tão desbragadamente. O motivo é a descoberta de uma falha em uma planilha Excel. Tudo começou quando Thomas Herndon um estudante de pós graduação da University of Massachusetts-Amherst, resolveu apresentar um trabalho de final de semestre criticando o estudo de dois influentes economistas de Harvard, Carmen M. Reinhart and Kenneth S. Rogoff, publicado em 2010 na prestigiada e centenária The American Economic Review. A pesquisa de Reinhart e Rogoff estabelecia uma correlação negativa entre aumento do débito público e o crescimento econômico e conspirava contra o aumento dos investimentos estatais. O jovem Herndon, de 28 anos, não estava satisfeito com os resultados da pesquisa e resolveu trabalhar com os dados dos economistas de Harvard, replicando o estudo. Seus professores consideraram sua proposta típica da arrogância juvenil mas não apresentaram obstáculos, pensando que ao menos ele poderia treinar suas habilidades na tabulação e apresentação de dados econômicos.
Com a carta branca de seus mestres, Hendron arregaçou as mangas e começou o trabalho com os dados que os próprios Reinhart e Rogoff lhe forneceram. Não precisou de muito trabalho para detectar erros na planilha de cálculos. Seus olhos não acreditaram no que viram, chamou então sua companheira e lhe perguntou: “Eu estou vendo errado?”. “Acho que não, Thomas”, foi a resposta que ouviu. O estudante mostrou seus resultados para Robert Pollin, seu professor, o qual imaginou que, como costuma acontecer, o estudante estava errado: “Então exigimos mais dele, e exigimos mais e exigimos mais, e depois de cerca de um mês exigindo eu disse ‘Dane-se, ele está certo!’” (KRADY, 2013.)

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Erros básicos em estudo de economistas de Harvard 'viralizam' na internet



Erros básicos em estudo de economistas de Harvard 'viralizam' na internet


PATRÍCIA CAMPOS MELLO - Folha de São Paulo - 02/05/2013 - 03h30
Foi o primeiro escândalo acadêmico de amplitude "viral" na internet. O estudo que se transformou na principal justificativa para as políticas de austeridade foi desacreditado por um grupo de pesquisadores -- entre eles, um doutorando de apenas 28 anos.

Thomas Herndon, Michael Ash e Robert Pollin, da Universidade de Massachusetts, mostraram que o famoso estudo "Crescimento em uma época de endividamento", dos economistas Carmen Reinhart e Kenneth Rogoff, da Universidade Harvard, tinha erros básicos como problemas nas planilhas de Excel.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

TCU questiona se haverá receitas para as renúncias fiscais e desonerações do Orçamento 2013

TCU realiza levantamento sobre proposta orçamentária da União para 2013
Fonte: TCU

O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou à Secretaria de Orçamento Federal (SOF) que informe adequadamente as medidas compensatórias para as renúncias de receitas previstas no projeto de lei orçamentária de 2013. Auditoria do tribunal avaliou a previsão de receitas contidas na proposta da União para subsidiar os trabalhos da Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional e constatou falha relevante referente à ausência de demonstrativo das medidas de compensação às renúncias de receitas.