quarta-feira, 8 de junho de 2016

O Liberalismo da Direita Pós-Moderna não é Liberalismo. O Liberalismo e a questão social

Ensaio sobre a Pós-Modernidade de Direita nº 8

por Almir Cezar Filho

O Liberalismo é o conjunto de ideologias dominantes e hegemônicas nas sociedades burguesas. Isso não significa, que em momentos de emergência à burguesia não recorra à outras ideologias, ou mesmo a amálgamas e quimeras ideológicas. É possível dizer que o Liberalismo convencional Clássico ou Neoclássico nada tem de comum com o pensamento Pós-Moderno de Direita que se diz liberal. O Liberalismo convencional se apoia na ideia da liberdade como intrinsecamente valiosa. Liberdade baseada na autonomia. Os utilitaristas e economistas do livre-mercado afirmam que a liberdade só detém valor instrumental.

Assim, a Escola Austríaca, os NeoCon, os AnCap (AnarcoCapitalismo), o Neoliberalismo em geral e as demais versões do ultralibertarianos econômicos de direita contemporâneos, cada qual, liberista e utilitarista filosófico-metodológico, são anti-Estado à medida que advogam a impossibilidade de organizar toda a informação necessária ao Governo bem-sucedido de uma sociedade de qualquer maneira senão por meio da mão invisível do mercado e da livre interação das pessoas em geral, como reafirmou F. A. Hayek em "The Constitution of Liberty".

As falhas de mercado, a imperfeição parcial e/ou geral, não garantindo pleno emprego dos fatores, especialmente o trabalho, a segurança alimentar e nutricional, a assimetria de acesso aos bens públicos e meritórios, etc - falhas não são providenciadas pela intervenção ou interferência do Estado ou do subdesenvolvimento do próprio mercado comprovam que o Mercado não pode agir por si só ou no mínimo sem supervisão.

Se, por um lado, o Liberalismo convencional, especialmente o Clássico, enfatizava o individualismo, dando ares de atomismo social, por outro lado, ao enfatizar o papel complementar da sociedade civil organizada e do Estado ao livre mercado, assume, se não em todo ao menos em parte, orientações que colocam a dimensão comunitária em primeiro plano igual ao indivíduo. 

Na maioria dos discursos dessa nova Direita Pós-Moderna se expressa um extremado liberismo no plano econômico, mas com um tão ou mais forte (e raivoso) conservadorismo moral e político, inclusive contraditoriamente intervencionista. Incompatíveis com os fundamentos mais básicos do Liberalismo, e até mesmo da Escola Austríaca. Ao ponto de poder dizer que essa nova Direita, apesar de se proclamar Liberal não é Liberalismo.

Para os socialistas a tríade do Liberalismo convencional é insustentável no amparo da liberdade, da autonomia dos indivíduos, os socialistas defenderam a superação positiva e científica.

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